Tuesday, December 22, 2015

#1 ESPELHO DA ALMA: ZOEY, UM BEBÉ MILAGRE


O tempo tem sido curto para escrever e a vontade pouca também, confesso, mas estamos quase a terminar mais um ano e, como não sei se conseguirei passar por cá depois, decidi encerrar este 2015 com algo especial. :) Apresento-vos a nova rubrica do blog, que apelidei de "Espelho da alma", e que consistirá em entrevistas a pessoas especiais, pessoas que, de alguma forma, são exemplo de superação, de força, e de fé...  pessoas com história, que me e vos inspirem a continuar a lutar todos os dias e a nunca desistir.  

Para este primeiríssimo "Espelho da alma" lancei o desafio à Tânia e ao Alexandre Izumi, um casal cheio de fé, pais de três filhos lindos e que viveram um milagre incrível na terceira gravidez. Com poucas semanas de gestação a Tânia perdeu todo o líquido amniótico, indispensável à vida in utero. Os médicos disseram que a gravidez era inviável e recomendaram o aborto. A Tânia e o Alexandre recusaram e avançaram com a gravidez, mesmo sendo apelidados de irresponsáveis, firmes na promessa de que o seu bebé seria um milagre de Deus. E foi. A Zoey nasceu, contra todos os prognósticos médicos, perfeita e saudável. Mas a luta foi dura... 

A história da Zoey está no Facebook (passem por lá, façam "gosto" e partilhem) e até já passou num programa de televisão, mas eu queria realmente partilhar convosco o testemunho destes pais, na primeira pessoa, porque eles, mais do que cristãos, são pessoas reais, como nós, e enfrentaram um problema bem real. Que a sua fé vos possa inspirar também, como me inspirou a mim.

Como mulher cristã, filha de Deus, o que é que sentiste quando te disseram que a tua gravidez não era viável? Tiveste medo? Dúvida? Como é que reagiste a esta notícia? 


Quando recebi a notícia de que a gravidez não era viável, não quis acreditar que aquilo estava a acontecer comigo, justo eu, Deus sabe que eu sou tão frágil, Deus sabe que eu não suportarei outro aborto, outra perda. Foi este o pensamento e um misto de emoções, porque ao mesmo tempo que os pensamentos corriam na minha mente dizendo eles são médicos tens de aceitar, eles sabem o que estão a dizer, eu sabia que não podia deixar as minhas emoções se abalarem porque não queria passar para o baby essa insegurança. 

Existia uma luta de alguém que sabe o que é dito “normal”, “natural”, porque eu ouvia-os e nas explicações deles tudo batia certo, afinal de contas eu já tinha tido dois nados vivos, já tinha estudado biologia, então eles não estavam a dizer nenhuma asneira. Mas por outro, como mulher cristã, sabia que esse Deus que deu a vida, só Ele e apenas Ele tinha o poder de fazer o que quisesse com ela. Esse Deus que eu conheço é um Deus de poder, já O experimentei tantas vezes, e por breves segundos, pensava será que vai acontecer comigo? Que será que Ele vai fazer desta vez? 

Senti medo, claro, medo da perda, medo de mais um sonho frustrado, porque uma gravidez é um sonho. Qualquer mulher antes de engravidar sonha com o dia em que está grávida, não importa se pela 1ª vez, 2ª ou 4ª vez, e eu estava a viver mais um sonho, que eu não queria que se tornasse num pesadelo, seria doloroso demais. 

Mas a minha, a nossa reação, (sim nossa, porque a decisão, sempre foi dos dois, minha e do meu marido) foi de "enquanto o coração bater, existe vida". E existia um coração a bater, então havia vida, não iríamos nós fazer parar esse som maravilhoso. 


O que é que mantém uma mulher a quem médicos dizem que deve abortar porque o seu bebé vai morrer, firme ao ponto de ser capaz de manter uma gravidez até ao fim, contra tudo e contra todos? 


A fé Diana, apenas isso nos mantém firmes em algo que não é visível, que não é palpável. Porque nem as ecografias poderiam ajudar, pois eram tão ilegíveis que nem isso ajudava a pensar "se calhar vai correr tudo bem". Durante toda a gravidez nunca vi a minha filha, apenas um saco roto e sem qualquer espaço para que ela se conseguisse esticar. 
Não eram as palavras de médicos que animavam, nem mesmo as muitas vozes que se levantavam com preocupações, afinal com uma bolsa rota, eu sofria o risco de ter uma infeção, risco de vida mesmo.